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Anvisa autoriza uso emergencial de vacinas Sputnik V e Covaxin

Publicada às 21h22. Atualizada às 22h15.

MINSK, BELARUS - DECEMBER 29, 2020: A medical worker holds a component of the Russian Gam-COVID-Vak (Sputnik V) vaccine against COVID-19 in a city hospital. The first batch of the Russian Sputnik V vaccine has arrived in Belarus; a mass vaccination campaign is starting in the country. Stringer/TASS.No use Russia.
MINSK, BELARUS - DECEMBER 29, 2020: A medical worker holds a component of the Russian Gam-COVID-Vak (Sputnik V) vaccine against COVID-19 in a city hospital. The first batch of the Russian Sputnik V vaccine has arrived in Belarus; a mass vaccination campaign is starting in the country. Stringer/TASS.No use Russia. |  Foto: Reuters/Direiots reservados
Imunizantes já tinham sido rejeitados pela agência este ano. Foto: divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta sexta-feira (4), o uso emergencial das vacinas Sputnik V (Rússia) e Coxaxin (Índia). A diretoria técnica do órgão se reuniu de maneira virtual, em decisão que se estendeu até pouco depois das 21h da noite. Mas a decisão não foi unânime, sendo 3 votos favoráveis e 1 contrário.

Ambos os imunizantes já haviam tido os registros rejeitados pelo órgão. A Covaxin em março, após estudos detectarem a falta de detalhes na fabricação da vacina. No mês seguinte, em abril, foi a vez da Sputnik V, do laboratório Gamaleya, ser reprovada.

Novos documentos, então, foram enviados à agência brasileira para análise do corpo técnico. Segundo a decisão desta sexta, os diretores do órgão aprovaram o uso emergencial, mas com ressalvas, a começar pelo número limitado de doses circulantes no País.

Além disso, tanto a fabricante Bharat Biotech, do imunizante indiano, quanto o Instituto Gamaleya, russo, não apresentaram detalhes nos novos pareceres emitidos à agência, segundo o diretor Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos. Ficaram faltando informações a respeito da fabricação nos quesitos impurezas, onde não foi possível atestar, pela Anvisa, o índice da Sputnik V, a qual a fabricante russa atesta ser de 100%.

O caso era analisado em reunião da diretoria colegiada da agência para analisar pedidos dos estados da Bahia, de Sergipe, do Maranhão, de Pernambuco, do Ceará e do Piaui para importação 37 milhões de doses da Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. A compra de 20 milhões de doses da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, foi feita pelo governo federal. 

Responsabilidade

A aprovação foi confirmada, segundo a direção do órgão, devido ao momento que o Brasil atravessa em relação à pandemia e o número de casos e mortes no País. A decisão reitera que todas as etapas de vacinação passem pelo crivo e decisão do órgão para um melhor controle dos imunizantes.

Os principais responsáveis pelos imunizantes serão os estados e municípios, que alguns fizeram a compra antecipada junto aos laboratórios, devido à decisão do STF que que liberava as aquisições.

Maricá e Niterói

A decisão era vista com prioridade para os municípios de Niterói e Maricá, que juntas, somam a aquisição de mais de 1,3 milhão de doses o imunizante russo.

A Prefeitura de Niterói informa que vai dar continuidade, nas próximas semanas, ao processo de compra de doses da vacina Sputnik V. A cidade assinou, em março deste ano, contrato para adquirir até 800 mil doses da Sputnik V com o objetivo de imunizar todos os niteroienses que ainda não foram vacinados contra a Covid-19, e aguardava sinal verde da agência.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, acompanhou com atenção a avaliação do órgão sobre a liberação da vacina russa.

“Niterói tem pressa em proteger a população. Não vamos medir esforços para agilizar a vacinação, salvar vidas e viabilizar a retomada econômica”, disse o prefeito.

A eficácia da Sputnik V é de 91,6% e seu uso foi aprovado em diversos países, como Argentina e Hungria, que já anunciaram que os resultados iniciais de efetividade da vacina foram bastante promissores. Um estudo recente do Instituto de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, apontou que a Sputnik V tem alta eficácia contra a cepa brasileira da Covid.

Esforço

Em dezembro de 2020, a Prefeitura de Niterói chegou a assinar um memorando para a compra, com recursos próprios, de 1,1 milhão de doses da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, para Niterói. O Ministério da Saúde, no entanto, adquiriu todas as doses disponíveis.

Ciente da urgência de imunizar os niteroienses o mais rápido possível, a administração municipal abriu outras duas frentes de possibilidade de aquisição de imunizantes: entrou no Consórcio formado por estados do Nordeste, Araraquara (SP) e Maricá, para compra da Sputnik; e ingressou no Consórcio para compra de vacinas Contra Covid-19 pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), juntando-se a mais de dois mil prefeitos de capitais brasileiras.

https://twitter.com/axelgrael/status/1400976797332877316

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